quinta-feira, 5 de agosto de 2010

05 de Agosto - Spinozano, spinozeando, hanging out com Spinoza

A obrigação de produzir uma escrita acabou me levando a passar um bom tempo com o caboclo Spinoza. Isso obrigou meu corpo a entrar, necessariamente, em uma relação de composição com seus livros e ideias. No meio disso, descobri que estava lendo a Ética de um modo inadequado. Esse livro, e talvez alguns outros, não são legais de se sentar e ler de ponta a ponta. Não, mesmo. Um livro da intensidade da Ética, precisa ser lido quase como um oráculo: em busca de respostas. Uma pergunta precisou guiar-me entre proposições, escólios, axiomas e afins. Assim, acompanhando-o desenvolver uma ideia, compondo-me com quem já se debruçou sobre ele, a leitura e escrita tornaram-se muito prazerosas. Enfim a Ética me produziu alegria, para ser preciso, produziu amor - em spinoza amor é alegria com conhecimento sobre aquilo que nos causou tal afeto. Nas leituras anteriores, o sentimento era de tristeza, afinal, a minha relação com o livro acontecia de modo que eu me sentisse um estúpido. Isso mudou. Bem melhor agora. De fato, por mais que seja um livro escrito de forma geométrica, racional e lógica, nem de longe ele é só isso. Há intensidades demais naquele livro para reduzí-lo a uma exposição lógica de proposições e conclusões.

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